sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Guilt

“ - [...] e como você se considera? - A culpada de tudo.” Era assim que ela se considerava, mas não porque achasse que fosse culpada por algo que não lhe cabia fazer, mas sim por tanto ouvir essa frase: “Você é a culpada de tudo”, ouviu da Amiga, do Objeto e até do Desconhecido. Por mais que não se sentisse culpada por determinada ação (não realizada, diga-se de passagem) estava começando a se convencer de que o era, uma vez que as pessoas de seu convívio não sabiam falar de outra coisa a não ser a de sua CULPA. A ação (ou a falta dela) não significava negligência, mas era apenas uma “não-ação”, ou uma vontade tolhida pelas circunstâncias, que o próprio Objeto lhe impôs através da sua “ação-impensada” (ou muito pensada). Ela tinha seus motivos, que eram seus e que ninguém mais os compreendia, e por isso ela começou a sentir-se sozinha, e sozinha foi vivendo e praticando “não-ações” e sendo tolhida... até o fim dos seus dias. 19/12/2008 Amanayara Nascimento

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